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Quando observamos os olhos de alguém, percebemos três partes bem distintas:

– a esclera: parte branca

– a íris: colorida, define os olhos castanhos, azuis, verdes etc.

– a pupila: parte escura, bem no centro do olho.

Atrás da pupila, localiza-se o cristalino, lente interna do olho.  Quando o cristalino perde a sua transparência e fica opaco, é como se tivéssemos uma câmera com a lente suja: a imagem fica borradas e as cores, menos vivas.

Isso é a catarata: consiste na opacificação desta lente interna do olho chamada cristalino. Esta opacificação ocorre de forma gradual com o envelhecimento e leva à piora gradual e progressiva da visão. Uso de alguns medicamentos, algumas doenças (como diabetes, inflamações oculares) e trauma ocular podem favorecer o aparecimento mais precoce da catarata.

Os sintomas iniciais podem incluir dificuldade de leitura e visão embaçada e não incomodar muito o paciente. Entretanto, quando a opacidade se torna significante, é indicada cirurgia.

Na cirurgia de catarata, o cristalino opacificado é removido, por meio de uma técnica chamada de facoemulsificação. Em seguida, é implantada uma lente intraocular (LIO) artificial que substitui o cristalino danificado.

Essas lentes foram criadas em 1949 por um médico inglês chamado Harold Ridley, que percebeu que durante o atendimento a pilotos acidentados durante a II Guerra, estilhaços do cockpit dos aviões caça surpreendentemente não causavam reação inflamatória dentro do olho desses pilotos. O material em questão era o polimetilmetacrilato (PMMA). Este médico teve então uma grande idéia: desenvolver uma lente feita com esse material para implantar dentro do olho após a extração da catarata.

Existem diversos tipos de LIOs. A escolha dependerá das atividades e necessidades de cada paciente e deve ser discutida com o seu oftalmologista. Muitas vezes, é possível diminuir a dependência do uso de óculos.

Os três principais são: monofocais, multifocais e tóricas.

– LIOs multifocais são uma ótima opção para aqueles que desejam reduzir a dependência dos óculos, tanto para perto quanto para longe.

– LIOs tóricas podem ser indicadas para pacientes com astigmatismo. Proporcionam um maior grau de satisfação nestes pacientes, uma vez que as lentes simples (monofocais) não corrigem o astigmatismo.

– As LIOs monofocais são as mais tradicionais. Com este tipo de LIO, reduz-se a necessidade do uso de óculos para longe, mas o paciente precisará usar óculos para leitura e atividades de perto.

É importante ressaltar que a cirurgia de catarata é extremamente delicada e requer anos de treinamento específico. Os resultados da cirurgia dependem da escolha de um cirurgião capacitado, do uso correto dos colírios, dos cuidados pós-operatórios e do tipo de LIO implantada. Desde que realizada por profissionais bem treinados e seguidos os cuidados e recomendações médicas, esta cirurgia tem uma alta taxa de sucesso e baixo índice de complicações.

Realize consultas oftalmológicas regularmente para saber se você já apresenta os primeiros sinais de catarata. Caso já apresente, mantenha acompanhamento oftalmológico regular para que a cirurgia possa ser realizada no momento ideal.

A Dra Teissy H. Osaki tem vasta experiência em cirurgia de Catarata. Realizou seu treinamento (Fellowship) e Doutorado no Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/ EPM).